sábado, setembro 04, 2010

Incêndio em plataforma levanta novamente questionamentos sobre a segurança petrolífera


Uma plataforma petrolífera pegou fogo, na quinta-feira (2), no Golfo do México, criando o temor de uma nova catástrofe ecológica na costa da Louisiana. Os treze membros da tripulação tiveram de saltar no mar antes de serem socorridos pela guarda costeira americana. Nenhum deles teve ferimentos graves.

As causas do incidente não foram estabelecidas de imediato. Ele ocorreu a 200 quilômetros a oeste do local do naufrágio da plataforma Deepwater Horizon, cuja explosão, no dia 20 de abril, desencadeou uma maré negra que teve de ser contida durante 86 dias.

Sistema de segurança ativado

Desta vez, algumas horas bastaram para extinguir o incêndio. As primeiras informações relataram uma película de hidrocarbonetos de 1.500 metros de extensão na superfície da água, mas no final a guarda costeira afirmou não ter detectado nenhum vestígio de poluição.

A plataforma Vermilion 380, que produzia 1.400 barris por dia, pertence à Mariner Energy, uma companhia independente, ex-filial da Enron. Patrick Cassidy, diretor de relações com os investidores, se mostrou tranquilizador: “Não houve nem explosão, nem maré negra, nem feridos”, ressaltou.

Ao contrário do que aconteceu na plataforma da BP Deepwater Horizon, o sistema de segurança, que permite fechar os poços de petróleo e de gás, pôde ser ativado pelos funcionários. Operando em águas pouco profundas, a plataforma não era afetada pela moratória sobre as perfurações em alto-mar, decidida por Barack Obama após o naufrágio da Deepwater Horizon.

O incidente trouxe novamente à tona os questionamentos sobre a segurança da exploração offshore. O representante democrata Henry Waxman, que preside a comissão da Energia e do Comércio, pediu que um relatório fosse entregue antes de 10 de setembro.

A ironia é que, na véspera do incêndio, a Mariner Energy havia protestado, junto com outras companhias petroleiras, contra as novas regulamentações impostas à indústria desde a maré negra da BP. O lobby das petroleiras, o American Petroleum Institute, convocou manifestações em todo o país, na próxima semana, para fazer pressão sobre a Casa Branca, antes da expiração, no dia 30 de novembro, da moratória sobre as perfurações. A dois meses das eleições de meio de mandato, e com uma taxa de desemprego que beira os 10%, a administração Obama pensa em voltar atrás em uma medida amplamente impopular nos Estados do Sul.

Fonte
Le Monde

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